segunda-feira, 23 de junho de 2008

O Romance do Lápis e a Borracha

O lápis coitado vivia arrasado de tanto amar a borracha.
Pobre coração desprezado, no auge de um amor não iniciado.
A borracha na aurora de seus dias juvenis, a mais doce das criaturas dali.
Morria de amores por outro...
Era a caneta, a dona do seu frágil coração.
Mas o líder jamais se renderia a plebéia.
Um traço marcante, e eterno para o coração daquela jovem.
Escondida ela sofria, ignorado, o lápis, chorava.
O lápis, nosso mocinho, amava na utopia.
Ele riscando, ela apagando...
Ele até desprezaria sua necessidade de existir,
mas sem o lápis o que seria da borracha?
A poderosa borracha, que com apenas um movimento apagava para sempre
as marcas de seu amado.
Nas palavras de amor, o lápis a imaginava: a sua amada, seu futuro...
E para ela, seu pensamento era a “Caneta”, o seu príncipe impossível.
O tempo passou, a borracha se desgastou,
E o lápis, após muito ameaçado pelo “apontador”, já estava no fim dos seus dias.
Era a despedida, como um homem que em nome da honra faz o último esforço,
ele vai até ela e faz-lhe a revelação:
– Doce amada, amei-a desde o dia em que a vi,
e vendo amar-te outro desde cedo já sofri...
O que posso fazer para merecer seu último carinho?
A borracha, que perdera seu brilho de outrora,
confessou que realmente não sabia do seu amor,
e se por outro já sofreu, não cometeria o mesmo erro.
Enfim aos seus braços se rendeu.
E junto aproveitaram seus últimos dias...
Na consciência de que a verdade precisa ser dita, não apenas imaginada ou mesmo sonhada.
2º- lugar - Categoria Conto Adulto...Academia Criciumense de Letras 2007.
Desconheço o autor